Do um ao múltiplo
Em termos físicos, o movimento primeiro
para a execução de dada ação, visto que inédito, é temporalmente mais extenso
que o posterior para a mesma ação.
Tem-se:
Isto é, para a realização de uma mesma
ação, o movimento realizado tende a demandar menos tempo que o movimento
anterior, até que se atinja o Ponto de Exaustão Funcional. Tal ponto é aquele
em que o corpo alcança o ápice da sua funcionalidade e desempenho, a partir de
onde tais qualidades decrescem.
Isso é válido tanto para os seres que
possuem quanto para os que não possuem sistema nervoso. Em algumas situações do
cotidiano, se vê isso:
- Um pedaço de madeira responde mais
demoradamente à primeira aplicação de resina do que à segunda.
- Alguém que se proponha a construir um
muro pela primeira vez levará mais tempo do que o levaria alguém já experiente
nisso.
A dificuldade, aqui, reside na
relatividade quanto ao Ponto de Exaustão Funcional, ou seja, na impossibilidade
de se prever o exato momento em que cada corpo se exaure.
Entretanto, no nível psíquico
(emocional-mental), tal regra não se aplica integralmente. Isso porque, embora
o primeiro movimento demande ainda mais trabalho/energia, entretanto não há
neste nível o que aqui se chama PEF. Ao contrário, quanto mais se sente e se
pensa, mais apto se está a sentir e a pensar, ad infinitum.
Do múltiplo ao um
Sobre a segunda parte da proposição,
“Do múltiplo ao um”
Em termos ontológicos e
epistemológicos, o mesmo tempo (trabalho/energia) que o ser gasta para sair da
primeira experiência e chegar à experiência total (trajetória ascendente), ele
leva para realizar o inverso (trajetória descendente).
No primeiro percurso, (1-10 , 0-5), o
ser material (físico, emocional, mental) realiza toda sorte de experiências.
Ele sai do zero, puro ser ou essência; passa ao um, essência em expressão; e
chega ao que, arbitrariamente, (inclusive simbolicamente) é denominado “dez” ou
“ponto dez”, cuja representação é a da completude. Várias são as mitologias que
citam tal algarismo como sendo representação da perfeição humana, o homem que
encontrou o divino. A completude. Mas de quê? No presente trecho parabólico em
questão, decerto, não a de sua essência, mas a da contraparte material desta.
Nesse ponto, sob a ótica do que é necessário à sua autorrealização, ele já terá
tudo agido, sentido e pensado.
No
segundo percurso da trajetória, (10-1 , 5-10), o ser caminha não mais em
direção à densificação, mas rumo à sutilização, antessala da unificação. Ele
não mais almeja qualquer tipo de experiência, mas a síntese de todas aquelas já
vividas, dentro de um prazo divinamente previsto (de que o número dez no eixo tempo é
símbolo); busca a transformação do múltiplo em um ou dos vários sons em
uníssono. Posterior e possivelmente, do um em zero ou do uníssono em silêncio.
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