domingo, 23 de dezembro de 2012

Tão trabalhoso quanto ir do um ao múltiplo é ir do múltiplo ao um.



 Do um ao múltiplo

Em termos físicos, o movimento primeiro para a execução de dada ação, visto que inédito, é temporalmente mais extenso que o posterior para a mesma ação.
Tem-se:
  
 
  Isto é, para a realização de uma mesma ação, o movimento realizado tende a demandar menos tempo que o movimento anterior, até que se atinja o Ponto de Exaustão Funcional. Tal ponto é aquele em que o corpo alcança o ápice da sua funcionalidade e desempenho, a partir de onde tais qualidades decrescem.
Isso é válido tanto para os seres que possuem quanto para os que não possuem sistema nervoso. Em algumas situações do cotidiano, se vê isso:
- Um pedaço de madeira responde mais demoradamente à primeira aplicação de resina do que à segunda.
- Alguém que se proponha a construir um muro pela primeira vez levará mais tempo do que o levaria alguém já experiente nisso.
A dificuldade, aqui, reside na relatividade quanto ao Ponto de Exaustão Funcional, ou seja, na impossibilidade de se prever o exato momento em que cada corpo se exaure.
Entretanto, no nível psíquico (emocional-mental), tal regra não se aplica integralmente. Isso porque, embora o primeiro movimento demande ainda mais trabalho/energia, entretanto não há neste nível o que aqui se chama PEF. Ao contrário, quanto mais se sente e se pensa, mais apto se está a sentir e a pensar, ad infinitum.


Do múltiplo ao um

Sobre a segunda parte da proposição, “Do múltiplo ao um”


Em termos ontológicos e epistemológicos, o mesmo tempo (trabalho/energia) que o ser gasta para sair da primeira experiência e chegar à experiência total (trajetória ascendente), ele leva para realizar o inverso (trajetória descendente).
No primeiro percurso, (1-10 , 0-5), o ser material (físico, emocional, mental) realiza toda sorte de experiências. Ele sai do zero, puro ser ou essência; passa ao um, essência em expressão; e chega ao que, arbitrariamente, (inclusive simbolicamente) é denominado “dez” ou “ponto dez”, cuja representação é a da completude. Várias são as mitologias que citam tal algarismo como sendo representação da perfeição humana, o homem que encontrou o divino. A completude. Mas de quê? No presente trecho parabólico em questão, decerto, não a de sua essência, mas a da contraparte material desta. Nesse ponto, sob a ótica do que é necessário à sua autorrealização, ele já terá tudo agido, sentido e pensado.

        No segundo percurso da trajetória, (10-1 , 5-10), o ser caminha não mais em direção à densificação, mas rumo à sutilização, antessala da unificação. Ele não mais almeja qualquer tipo de experiência, mas a síntese de todas aquelas já vividas, dentro de um prazo divinamente previsto (de que o número dez no eixo tempo é símbolo); busca a transformação do múltiplo em um ou dos vários sons em uníssono. Posterior e possivelmente, do um em zero ou do uníssono em silêncio.








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