O que vou dizer, milhares de
homens nobres já o disseram, poetas elevados já o cantaram: amor. “Nossa,
Jefferson! Mas isso soa muito piegas e batido, não?” Aparentemente, sim.
Ainda que não tenha eu, não
tenhamos nós, suficiente experiência em amar – fosse o contrário, o mundo
estaria como está? – a pouca que resta, a qual busco encarar seriamente, me diz
que não há saída para o homem senão através disso que se chama amor.
Ora, mas afinal o que é isso? Arriscaria
dizer que, basicamente, é uma energia de união e harmonia. Claro que há
infinitas expressões dessa energia, muitas das quais, de início, separatistas e
desarmoniosas. Pense na velha e conhecida história do pai que leva o filho ao
dentista, a despeito de toda reclamação e desagrado da criança, e veremos que,
para atingir seus fins, por vezes a dor faz parte do amor.
Se pensamos no nosso corpo, vemos
que ele o expressa de modo bastante peculiar. Atualmente, já se sabe que a saúde
está relacionada ao nível de alcalinidade/acidez do organismo. O sangue é
levemente alcalino. Para isso se manter em equilíbrio, nossa alimentação e
postura não devem ser predominantemente ácidas.
Ora, tudo bem. Alimentação, compreende-se. Reduzir doces, frituras, substrato
animal. OK. Mas o que nosso comportamento teria a ver com isso?
O pH da saliva de uma pessoa saudável vai de 7.36
a 7.42, levemente alcalino; enquanto o de uma pessoa com câncer é ácido: entre 4.5
e 5.7. A preponderância de acidez é doença. Posso compreender, então, por que a
farmácia vende tanto antiácido (o famoso sal de fruta); e também por que vovó
sempre dizia “sentir raiva de alguém, você é o primeiro a se prejudicar”.
Penso nisso tudo com frequência. Vejo
que mesmo órgãos sociais e empresariais que qualquer comunista enxergaria,
digamos, como pouco amorosos, ainda sim, embora gerem toda a sorte de consequências
atreladas ao grupo b, erguem sua
estrutura de funcionamento com base no
grupo a. Parece-lhe sensato supor que
grandes empresas tenham alcançado êxito sem harmonia de ações, ordem de
materiais e união de vontades e esforços?
Neste final de texto, não queria me
estender, muito menos parecer distanciado da realidade, pouco pragmático, porém
talvez nos ajude a compreender um pouco o tão falado magnetismo se olhássemos
para além de nossa atmosfera. Mas não precisa ir longe. Olhar para o alto e
constatar a perfeita ordem. “Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel”,
como diria um compositor (lá vou eu, querendo posar de cult).
Fotos de satélite mostram galáxias...
paz.
*A
mesma força de atração que une corpos celestes une pessoas.